História

Descoberta em 1502 por navegadores portugueses, os Temiminós foram os seus primeiros habitantes. Chamavam-na de Ilha de Paranapuã, sendo também chamada de Ilha dos Maracajás (espécie de grandes felinos, então abundantes na região), pelos Tamoios, inimigos dos Temiminó.

Terra natal de Araribóia, foi abandonada pelos Temiminós em conseqüência dos ataques de inimigos Tamoios e traficantes franceses de pau-brasil, os quais foram definitivamente expulsos em 1567, pelos portugueses.

O nome Ilha do Governador surgiu somente a partir de 5 de setembro de 1567, quando o Governador Geral do então Estado do Brasil (e interino da Capitania do Rio de Janeiro) Mem de Sá doou ao seu sobrinho, Salvador Correia de Sá (o Velho), Governador e Capitão-general da Capitania Real do Rio de Janeiro de 1568 a 1572), mais da metade do seu território. Correia de Sá, futuro governador da capitania, transformou-a em uma fazenda onde se plantava cana-de-açúcar, com um engenho para produção de açúcar, exportado para a Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII.

No século XIX, o Príncipe-Regente D. João utilizou o seu espaço como coutada para a caça. Segundo a tradição, conta-se que a Praia da Bica recebeu este nome por causa de uma fonte que costumava servir de banho ao jovem príncipe D. Pedro, mais tarde D. Pedro I (1822-1831). O desenvolvimento da Ilha do Governador, entretanto, só ocorreu a partir da ligação regular da ilha com o continente, efetuada por barcas a vapor com atracadouro na Freguesia desde 1838. Mais tarde, outros atracadouros foram construídos no Galeão e na Ribeira, integrando a área à economia do café e à atividade industrial (produção de cerâmica).

No início do século XX, os bondes chegaram à Ilha, efetuando a ligação interna de Cocotá à Ribeira (1922), percurso estendido posteriormente até ao Bananal e a outros pontos. Também é neste século que se instalam as unidades militares: a Base Aérea do Galeão, os quartéis dos Fuzileiros Navais e a Estação de Rádio da Marinha, época em que o bairro se constituía num balneário para a classe média da cidade do Rio de Janeiro.

Em 23 de julho de 1981, através do Decreto nº 3.157, do então prefeito Júlio Coutinho, ao tempo do Governador Chagas Freitas, o bairro da Ilha do Governador foi oficialmente extinto e transformado nos seus atuais dezessete bairros oficiais.

Subdivisão

A Ilha do Governador é dividida em dezesete bairros :
# Bancários
# Cacuia
# Cocotá
# Dendê
# Freguesia
# Galeão
# Jardim Carioca
# Jardim Guanabara
# Guarabu
# Moneró
# Pitangueiras
# Portuguesa
# Praia da Bandeira
# Ribeira
# Tauá
# Tubiacanga

Política

*Região Administrativa: XX - Ilha do Governador

Brasão de armas


Apesar de não ser comum entre as cidades brasileiras, alguns bairros da capital fluminense possuem símbolos, adquiridos à época em que esta cidade era o estado da Guanabara. O brasão do bairro da Ilha do Governador, é composto de

* Um escudo heráldico português (arredondado na base e formando ângulos retos na parte superior), encimado por uma coroa mural de cinco torres de ouro, símbolo da cidade-capital.
* Aos lados, dois golfinhos, símbolo de povoação marítima, tendo ao lado direito a data de 1568, data da doação da sesmaria de mais da metade das terras da ilha, concedida por Mem de Sá, Governador-geral do Estado do Brasil, a Salvador Correia de Sá, o Velho, 2º Governador da Capitania do Rio de Janeiro.
* Do lado esquerdo, a data de 1961, de criação do Brasão de Armas da Ilha do Governador, ambos os números em vermelho.
* Em baixo, ainda em vermelho, a legenda "Governador", referente ao nome da ilha e ao cargo de Salvador Correia de Sá.

* Divisão quartelada, sendo o 1º quartel (à direita), sobre fundo branco (prata) um arco em vermelho disparando ema flecha, simbolizando a primitiva ocupação índigena da ilha. No 2º quartel (em baixo, à direita), sobre fundo vermelho, o retrato de Salvador Correia de Sá. À esquerda, no 1º quartel, sob fundo azul, a Matriz de Nossa Senhora da Ajuda, em ouro (amarelo), simbolizando a criação da Freguesia de mesmo nome, em 1710. Embaixo, sob fundo azul, as armas da Aeronáutica (asas) e da Marinha (uma âncora), em ouro (amarelo), simbolizando a ocupação militar da Ilha.

Em heráldica, o vermelho simboliza a vitória, com sangue, sobre o inimigo. No Brasão, o vermelho simboliza a vitória, decisiva, para a conquista do Rio de Janeiro pelos portugueses.

No período de 1961 a 1975, o Brasão de Armas da Ilha do Governador teve uma estrela de prata sobre a coroa mural de ouro, simbolizando o estado da Guanabara. Com a fusão, em 1975, o Brasão perdeu a estrela.

Geografia

A região por sua peculiar localização dentro da Baía de Guanabara, conta com excelente ventilação, o que garante um clima bem mais ameno nos dias mais quentes de verão. Essa vantagem, por outro lado, representa um risco quando se tratam de grandes tempestades, pois o bairro fica sujeito a fortes vendavais e a incidência acima do comum para a região de chuva de granizo.

A arborização do bairro é bastante intensa, não apenas pela existência de reservas naturais de Mata Atlântica dentro da área da aeronáutica no Galeão e da [[Marinha] no Jardim Guanabara, Bancários e Bananal, mas também em diversas áreas públicas e principalmente nos quintais das inúmeras residências por todo o bairro, auxiliando na prevenção das terríveis "ilhas de calor" que se formam em algumas regiões pouco arborizadas e excessivamente construídas dentro de metrópoles. A APARU do Jequiá possui uma preservação do ecossistema de manguezal bastante considerável, em função de sua localização dentro da metrópole.

Hidrografia

O entorno da praia do Engenho foi transformado em área de preservação ecológica através da construção de um parque municipal (Parque [professor] Marcello de Ipanema). Além desta praia a Ilha conta com outras praias, tais como :

* Praia de Cocotá (Cocotá)
* Praia da Olaria (Cocotá)
* Praia da Rosa (Moneró)
* Praia do Dendê (Moneró)
* Praia da Guanabara (Freguesia)
* Praia da Bandeira - (Praia da Bandeira)
* Praia do Moneró (Moneró
* Praia da Bica (Jardim Guanabara

Há também um rio que corta a Ilha, o Rio Jequiá.

Transportes e acessos

A Ilha possuía uma linha de bondes, em 1922, ligando o Cocotá à Ribeira, sendo estendida posteriormente até o Bananal e outros bairros. A linha foi desativada posteriormente.